Como ensinar as crianças gostarem de comer de tudo – Os alimentos não aceitos e a diversão da culinária


No último post – Neofobia alimentar e a culinária – eu falei um pouco sobre a importância de tornar os alimentos familiares às crianças para que elas se acostumem com eles e sintam-se seguras para provar e passar a comê-los.

Eu comentei que a culinária é uma ótima estratégia para promover o contato dos pequenos com todos os aspectos sensoriais dos alimentos, aproximando-os, de maneira espontânea, a todas as novidades: aparência, sabores, texturas e aromas.

Mas além da sua importância para promover a familiaridade dos alimentos, a culinária pode ser um momento muito divertido em que a criança passa associá-lo aos alimentos envolvidos.

Eu sempre gosto de comentar que tem muita criança que não gosta de nada, mas que come o picles do sanduíche da lanchonete. O que será que acontece de diferente nesta situação? Vamos pensar. A ida à lanchonete é um momento diferente, em que a família está tranquila, não está pressionando ninguém a comer, a criança pode brincar no playground e, pra “melhorar”, ela ainda leva um brinquedo pra casa! O que mais ela pode querer para ter uma lembrança boa dadquele sanduíche com picles?

A nossa alimentação é extremamente influneciada pela situação. Não é à toa, que no filme Ratatouille o crítico gastronômico, Sr. Ego, se derrete ao comer um prato que o faz lembrar da comida feita pela sua mãe quando ele era criancinha.

Se nós conseguirmos que as crianças tenham boas lembranças dos momentos em que elas estão lidando com frutas, verduras e legumes, certamente uma abobrinha não será mais “aquela coisa verde que minha mãe me obriga a comer”.

As crianças adoram cozinhar. Ao cozinhar elas fazem uma série de descobertas e realizam atividades que não fazem parte de suas rotinas, como picar, amassar, misturar, espremer, triturar, bolear, etc.

Eu nunca vi tamanha felicidade quando eu falava para meus alunos que naquele dia teriam ovos para quebrar. Bater a clara em neve, então…..

Para tornar o momento de cozinhar ainda mais interessante, eu costumava pedir para as crianças criarem o ambiente de acordo com a receita, então se fizessemos uma sopa de letrinhas, montávamos uma mesa para um jantar à luz de velas. Se o tema era salada de frutas, estendia uma toalha e fazia um picnic. Para as receitas asiáticas, tentávamos usar o “hashi” e, assim, íamos criando deliciosos momentos acompanhados de comida saudável e gostosa.

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Crianças montando a mesa para comer a sopa de letrinhas preparada
SOPA DE LETRINHAS VIVA VIDA
Crianças comendo a sopa de letrinhas com legumes preparada por elas

 

 

 

 

 

 

 

 

Procure reservar alguns momentos para cozinhar com suas crianças e você verá que terá deliciosas surpresas!