O Guia Alimentar para a População Brasileira e a Culinária para Crianças

O novo guia alimentar para a nossa população, recém lançado pelo Ministério da Saúde,  gerou bastante polêmica e, ao mesmo tempo, rendeu muitos elogios.

Vou falar aqui apenas da parte boa. Os elogios se dão pela sua abordagem inovadora de falar de alimentação de maneira mais qualitativa, incentivando o aumento do consumo de alimentos não processados e, principalmente, por abordar as questões comportamentais do ato de comer.

Esta segunda edição do guia se preocupa em incentivar a maneira adequada de comer, como optar por locais tranquilos e sem distrações, como TV e celular,  comer em companhia da família ou amigos e reservar um tempo suficiente para comer com calma e poder se satisfazer com os sabores da comida e perceber a sensação de saciedade que é capaz de nos avisar o momento certo de parar de comer.

Além desses aspectos, existe ainda a preocupação de auxiliar as pessoas a enfrentarem as barreiras para conseguir comer de maneira adequada e mais frequentemente consumirem comidas não processadas. Uma dessas barreiras é não saber cozinhar.

Tradicionalmente cozinhar para a família era uma tarefa reservada às mulheres e este conhecimento era passado de mãe para filha. Entretanto, com a massiva emigração das mulheres do trabalho em casa para o trabalho “na rua”, muitas mães deixaram de cozinhar e muitas filhas e filhos nunca puderam ver ou participar do preparo de um simples ovo frito.

Em paralelo a essa mudança, a indústria de alimentos passou a ocupar um espaço importante oferecendo soluções práticas e “saborosas” que muitas vezes dispensam qualquer conhecimento culinário, perpetuando ainda mais o distanciamento das pessoas da cozinha.

Apesar das facilidades oferecidas – realmente muito úteis nos dias de hoje – a qualidade nutricional dos produtos industrializados nem sempre é das melhores, frequentemente sendo excessiva em sal, açúcar e gordura.

Neste sentido, saber cozinhar permite que se tenha mais autonomia para comer preparações caseiras que fazem super bem à saúde e podem ser deliciosas.

O sétimo passo para uma alimentação saudável, segundo o guia alimentar, nos sugere o seguinte: Desenvolver, exercitar e partilhar habilidades culinárias. Nesta proposta  todo mundo que sabe cozinhar alguma coisa pode se tornar um promotor da alimentação saudável ao partilhar seu conhecimento com quem ainda não sente-se seguro para “pilotar o fogão”.

Se você tem algum dote culinário, sabe preparar uma receita deliciosa ou é um cozinheiro de mão cheio, que tal contribuir com esta deliciosa empreitada? As futuras gerações agradecem!

Nós, do livro Lugar de Criança é na Cozinha, incentivamos que as crianças, a partir dos 3 anos de idade, já comecem a cozinhar. O livro está cheio de receitas saudáveis e deliciosas, confira!

 

 

Para acessar o Guia Alimentar para a População Brasileira- http://dab.saude.gov.br/portaldab/biblioteca.php?conteudo=publicacoes/guia_alimentar2014